quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Análise do Texto: Areia Ancestral


Texto: Areia Ancestral
Autor:  Rogério Ferreira  
Análise do texto Areia Ancestral 
Autor: Gabriel Silva Santos  
                    
         Análise do texto  Areia Ancestral

A matemática sempre existiu na história da humanidade, desde que não sabíamos, ainda, como nos comunicar verbalmente. A matemática quase sempre teve e tem sua importância, quase que completamente, restringida apenas a cálculos, medidas, números, ângulos. Durante toda história da formação cultural, social e politica dos seres humanos, a matemática assumiu um papel majoritariamente cientifico, um papel que muitas pessoas, até mesmo pensadores e estudiosos, consideram o mais importante para a evolução da humanidade.
Mas no campo da arte, no campo da cultura a matemática também tem sua relevância, e precisa ter. No artigo Areia Ancestral de Rogério Ferreira, professor e pesquisador da Etnomatemática, ele procura demonstrar e desfazer essa ideia de que a matemática é resumida a números e medidas, mas que ela também faz e propaga cultura, arte. Rogério Ferreira, no artigo, revela técnicas e conhecimentos tradicionais milenares de alguns povos afrodescendentes. Esses povos tem a tradição de fazer desenhos na areia, repletos de significados ancestrais, esses desenhos não só revelam que a matemática pode expressar arte, mas também revela que a matemática pode e deve registrar e propagar a história cultural, politica e social dos povos.
A cultura tradicional Sona Africana foi um dos fatores fundantes da cultura brasileira, e hoje se encontram cerceadas e marginalizadas. Esses conhecimentos representam resistência desses povos ante ao escravismo imposto pelos povos europeus. Esses povos africanos, antes mesmos de serem transportados em grandes navios para o Brasil colonial, tinham sua cultura matemática, sua expressão matemática, sua forma de entender a matemática na natureza e na sociedade, e esses conhecimentos deveriam ser divulgados e inseridos nos currículos escolares e universitários, por que enquanto brasileiros, precisamos saber nossa verdadeira identidade.
O CC Matemática e Espaço assume a função, e está fazendo muito bem, de relacionar e evidenciar a relação da matemática com a cultura, com a arte e o espaço social dos indivíduos. Nesse componente nós pudemos aprender um pouco sobre a cultura Sona afrodescendente, bem como, conhecemos aspectos de nossa cultura os quais não havíamos ouvido falar a respeito. Nas aulas do componente, desenvolvemos diversos exercícios em prol da aprendizagem integrada da matemática de modo simples e harmônico. A matemática que aprendemos nas aulas é a mesma matemática que nos foi passado durante toda a vida acadêmica antes da universidade, mas a única diferença é que essa matemática é humanística, é a matemática da cultura, é a matemática que traduz o espaço em que vivemos, que revela a história dos antepassados, é a matemática que deveria e poderia ser ensinada nas escolas.
Quando a matemática se reduz apenas a cálculos e formulas sem conexão com o espaço social, torna-se inútil para os estudantes. Muitos estudantes passam a odiar a matemática nas escolas, uma matemática seca, uma matemática direta, uma matemática sem reflexão e sem contexto, os estudantes não dão o apreço necessário para aprender á apreende-la, por que o ensino acadêmico tradicional da matemática está pautado na produção de técnicos e operadores de maquina. Tratam a matemática como ciência da não reflexão, ciência da pura e simples produção. Pois bem, estão enganados, por que a matemática também tem sua filosofia, tem sua completude, tem sua relevância, e isso conseguimos perceber no dia-dia, nas formas geométricas das coisas, na musica, no esporte, na dança, etc.
As escolas ensinam a matemática da competição, a matemática da produção, e foi isso que me fez, em alguns momentos, odiar a matemática. Agora entendo o verdadeiro sentido da matemática, pois o que estou aprendendo agora é a matemática da união, a matemática da compreensão, a suas causas e finalidades. Tudo isso através do cc Matemática e Espaço, que pretende ressignificar a matemática no meu percurso acadêmico, assim como de todos os estudantes da UFSB.

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