Texto: Areia Ancestral
Autor: Rogério Ferreira
Análise do texto Areia Ancestral
Autor: Gabriel Silva Santos
Análise do texto Areia Ancestral
A
matemática sempre existiu na história da humanidade, desde que não sabíamos, ainda,
como nos comunicar verbalmente. A matemática quase sempre teve e tem sua
importância, quase que completamente, restringida apenas a cálculos, medidas,
números, ângulos. Durante toda história da formação cultural, social e politica
dos seres humanos, a matemática assumiu um papel majoritariamente cientifico,
um papel que muitas pessoas, até mesmo pensadores e estudiosos, consideram o
mais importante para a evolução da humanidade.
Mas no
campo da arte, no campo da cultura a matemática também tem sua relevância, e
precisa ter. No artigo Areia Ancestral de Rogério Ferreira, professor e
pesquisador da Etnomatemática, ele procura demonstrar e desfazer essa ideia de
que a matemática é resumida a números e medidas, mas que ela também faz e
propaga cultura, arte. Rogério Ferreira, no artigo, revela técnicas e
conhecimentos tradicionais milenares de alguns povos afrodescendentes. Esses
povos tem a tradição de fazer desenhos na areia, repletos de significados
ancestrais, esses desenhos não só revelam que a matemática pode expressar arte,
mas também revela que a matemática pode e deve registrar e propagar a história
cultural, politica e social dos povos.
A cultura
tradicional Sona Africana foi um dos fatores fundantes da cultura brasileira, e
hoje se encontram cerceadas e marginalizadas. Esses conhecimentos representam
resistência desses povos ante ao escravismo imposto pelos povos europeus. Esses
povos africanos, antes mesmos de serem transportados em grandes navios para o
Brasil colonial, tinham sua cultura matemática, sua expressão matemática, sua
forma de entender a matemática na natureza e na sociedade, e esses
conhecimentos deveriam ser divulgados e inseridos nos currículos escolares e
universitários, por que enquanto brasileiros, precisamos saber nossa verdadeira
identidade.
O CC
Matemática e Espaço assume a função, e está fazendo muito bem, de relacionar e
evidenciar a relação da matemática com a cultura, com a arte e o espaço social
dos indivíduos. Nesse componente nós pudemos aprender um pouco sobre a cultura
Sona afrodescendente, bem como, conhecemos aspectos de nossa cultura os quais
não havíamos ouvido falar a respeito. Nas aulas do componente, desenvolvemos
diversos exercícios em prol da aprendizagem integrada da matemática de modo
simples e harmônico. A matemática que aprendemos nas aulas é a mesma matemática
que nos foi passado durante toda a vida acadêmica antes da universidade, mas a
única diferença é que essa matemática é humanística, é a matemática da cultura,
é a matemática que traduz o espaço em que vivemos, que revela a história dos
antepassados, é a matemática que deveria e poderia ser ensinada nas escolas.
Quando
a matemática se reduz apenas a cálculos e formulas sem conexão com o espaço
social, torna-se inútil para os estudantes. Muitos estudantes passam a odiar a
matemática nas escolas, uma matemática seca, uma matemática direta, uma
matemática sem reflexão e sem contexto, os estudantes não dão o apreço
necessário para aprender á apreende-la, por que o ensino acadêmico tradicional da
matemática está pautado na produção de técnicos e operadores de maquina. Tratam
a matemática como ciência da não reflexão, ciência da pura e simples produção.
Pois bem, estão enganados, por que a matemática também tem sua filosofia, tem
sua completude, tem sua relevância, e isso conseguimos perceber no dia-dia, nas
formas geométricas das coisas, na musica, no esporte, na dança, etc.
As
escolas ensinam a matemática da competição, a matemática da produção, e foi
isso que me fez, em alguns momentos, odiar a matemática. Agora entendo o
verdadeiro sentido da matemática, pois o que estou aprendendo agora é a
matemática da união, a matemática da compreensão, a suas causas e finalidades.
Tudo isso através do cc Matemática e Espaço, que pretende ressignificar a
matemática no meu percurso acadêmico, assim como de todos os estudantes da
UFSB.
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